Mentira


Estava hoje em estudos sobre a mente e seu funcionamento, quando surgiu-me uma pergunta. Por que as pessoas sofrem? Fiquei me questionando, já que faço parte do rol das pessoas. Após refletir muito, apareceu em meu pensamento ideias que quero compartilhar com vocês para reflexão.
Segundo o artigo “viver mente”, de Milton Meira Nascimento, em que diz que. Na vida em sociedade, tudo é um disfarce, fingimento, subterfúgio, ocultamento, mentira. Observando bem este autor tem razão. Pois para se viver bem socialmente, é preciso que cada um aprenda nos mínimos detalhes, as regras da dissimulação. Tenho percebido isso com frequência nos lugares onde se reúnem pessoas. Nestas ocasiões as pessoas não dizem o que pensam, ninguém faz o que quer, mas todos dizem e fazem o que os outros querem que digam ou façam. Para  este autor, “Um homem transparente seria um peixe fora d’água”.
Para David Livingstone Smith, que afirma, “o hábito de mentir está entranhado em nossa sociedade, passamos a enganar a nós mesmos.” Parece ironia, mas a principal razão de sermos tão bons para mentir é que somos bastante bons em mentir para nós mesmos.
Mentira a aparte, estamos mentindo para sobreviver. Incorporamos essas mentiras em nosso padrão. Isto quer dizer que estamos nos condicionando a isso e registrando em nossas células, como fragmentos de memória, e, então, fica difícil lidar com a verdade.
Esse reflexo se ampliou-se para o nosso dia a dia. Com as famosas frases “Deixa pra lá. Não dê bola, que isso passa. A justiça tarda, mas não fala. Entre outros”, somos verdadeiros PINÓQUIOS. E o mais interessante, mentimos para nós mesmos quase sempre, e com isso vamos ficando cada vez mais doentes. Sabemos que nosso cérebro não mente, ele só registra tudo o que acontece conosco e ao  nosso redor e tudo que é percebido pelos nossos órgãos do sentido, ou seja nosso órgãos sensoriais.
No fundo é uma covardia nossa, não assumirmos a responsabilidade por nossos atos. Se continuarmos respondendo com as nossas memórias, estaremos deixando o passado tomar conta de nós, respondendo como nossos pais  querem, como a Igreja quer, como o Governo quer, etc., etc.
Lembro-me da famosa frase, “Conhece-te a ti mesmo”.
A nossa oportunidade é agora. Podemos começar a aprender a dizer ou pensar o que queremos com perfeita consciência, talvez mentindo para os outros, mais não mentindo para nós, guardar mágoas, dar guarida a ódios inconscientemente, com certeza vai tornar doentes, a boa notícia é quando não mentimos para nós mesmos, torna-se impossível mentir para os outros, pois tudo não passa de um reflexo de nós mesmos.
Estamos ficando cada vez mais doente, pois acumulamos mentiras em nosso corpo, queremos sustentar mentiras dentro de nós. Queremos ser o que não somos em nossa essência e, para isso, sustentamos falsidades exteriores. “Precisamos ser valentes, esconder nossa covardia, defeitos, nosso jeito de ser, tudo em nome de sobreviver.
“Conhece-te a ti mesmo”, é preciso para sair deste circulo vicioso em a grande maioria da humanidade se encontra.
Como fazemos isso?
Somente com o outro, pois precisamos do outro para nos conhecer, adentrar a nossa caixa de Pandora.
Mais não podemos fazer sozinhos, precisamos de um guia treinado para nos ajudar nesta tarefa.
Alguém pode contestar este autor ou tem uma teoria melhor?