CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Sobre o estágio como um todo, não só a parte em que eu estive envolvido, seria de bom alvitre que a proposta fosse disponível com antecedência, pois a procura por locais diversos é grande por parte dos acadêmicos, que na sua busca pessoal por locais que satisfazem suas afinidades e as que são apresentadas são muito escassas e na maioria dos casos não contemplam o interesse do estagiário enquanto acadêmico de Psicologia. A Instituição já comporta varias turmas no curso e se faz necessária tomada de providências antecipadas com relação aos locais de estágio, como a aprovação desta proposta elaborada pelos supervisores e formação de parceria com órgãos públicos.
O papel da instituição enquanto órgão formador de profissionais para o mercado de trabalho e para sociedade seria (é), formar indivíduos capacitados na arte de pensar, para produzir e não simplesmente re-produzir, proporcionando ao ser humano enquanto acadêmico entrar num processo de desenvolvimento cerebral conhecido como neurogênese, aqui serei um pouco mais ousado, deverá começar nas crianças, para tal mister deverá capacitar os professores para este processo.
Gostaria que existissem critérios que avaliassem nossas universidades, escolas superiores, escolas de ensino básico e fundamental por sua capacidade de fazer o povo pensar, pois a vida de um país, um povo que pensa é infinitamente mais importante que artigos publicados para um restrito clube internacional de cientista.
Enquanto estagiário em psicologia menciono no parágrafo acima as limitações não só minha mais de todo um universo de estudante.
O psicólogo poderia e poderá ser este agente transformador de pensamentos, assim como os professores que deveria ser formadores de opiniões se a atuação do mesmo não fosse muito tímida e conquistasse seu espaço para formação de equipes transdisciplinares, deixando de atuar no mero fazer de uma psicologia focada e ser mais holística e flexível na aquisição e assimilação de outros saberes que atuam na psique e comportamento humano. Talvez queiram que enumere tais saberes, mas os acontecimentos tornam-os evidentes não precisando ser enumerados.
O psicólogo enquanto professor e transmissor de conhecimento, ter uma visão mais adequada de que está lidando com estudantes que são seres humanos que tem uma subjetividade impar e precisam ser treinados para saber diferenciá-las das do outro enquanto objeto de estudo e avaliação, na maioria das vezes nem mesmo o que transmite o conhecimento não tem este preparo, deixando claro o processo de transferência e contra-transferência, as vezes não saudáveis.
O saber escutar é uma arte do profissional em Psicologia, arte esta que deve ser praticada com maestria e ensinada através do mestre em sua área de conhecimento.
E se tratando de grupo terapêutico, o facilitador deverá reger o grupo como um maestro que rege uma orquestra, caso contrario entrará em desarmonia com o grupo que estiver comandando na função de grupoterapeuta.
Entendo que o professor é um ser humano e que tem sua subjetividade, suas emoções, dificuldades diante do jogo da vida, porém deverá ter a capacidade de ser coerente com aquilo que ensina, para ser um bom formador de mentes reflexivas e deverá ser um líder na sua disciplina dentro e fora da sala de aula, com a empatia adequada para um bom relacionamento, já que os seres humanos são seres de relacionamentos movidos pela emoção.
Somos seres de relacionamentos, e como tal modificamos e somos modificado pelo outro. Porem se acontece por que não aprendemos a lidar com as nossas emoções e não fomos treinados a ter nosso eu como gestor no palco da vida. Se olharmos em nossa direção veremos que aquilo que existe em mim, faz parte de mim, pode ser transformado somente por mim e o que é de outro, pertence ao outro e só por ele poder ser modificado, e deve ser aceito e compreendido por mim, dentro dos meus limites. Posso falar ao outro como eu me sinto em relação ao que ele diz ou faz, porém não tenho o poder de controlar o ele diz ou faz.
Podemos sim compartilhar memórias, aquilo que nos angustia com relação ao outro, percebo que são memórias compartilhadas, que o mesmo está dando-me uma oportunidade de conhecer-me melhor, pois quando trabalho na mesma, não oferecendo resistência a mesma se dilui e deixa de fazer tensão, pois toda e qualquer mudança começa em mim e a partir de mim, só temos este momento para fazer algo ou alguma mudança.
O que passou, passou e a mudança é agora, só podemos re-escrever o já que passou e no presente.
Quando olhamos para o que passou estamos sendo simplesmente como alguém na platéia no palco da vida, ou seja, passivos, quando passamos para o palco, agimos e somos ativos e pro-ativos, tendo liberdade para escrever a nossa história.
É papel da família, da escola, do professor, ou qualquer outro que tenha o entendimento sobre tal assunto e/ou conhecimento expor e não impor uma situação para o outro refletir sobre e julgar o mérito do conhecimento.
Ensinar os alunos serem os autores de sua historia, gerenciando seus pensamentos para deixarem de ser marionetes de suas emoções.
O que vejo é um acumulo de conhecimento que na maioria das vezes os alunos não sabem para que servem em suas vidas.
Vejo colegas que não sabem o que fazer depois que sai da academia, buscam desesperadamente mais conhecimento especializado, acumulando conhecimento, porém não sabem, porque não experenciaram, não foram treinados a pensar a respeito, tiveram a informação pronta.
Percebo que não estamos sendo treinado para termos olhos de observador, estamos aprendendo e ter olhos de juízes, julgadores, o mais interessante, segundo os nossos filtros que estão em livros que, se analisarmos estão no passado, somos convidados analisar textos que foram escritos, nos estamos no aqui e agora, não estamos exercitando a nobre arte de pensar e sim de aceitar tudo pronto.
Somos convidados e exercitar a nossa memória num setting terapêutico, é falta de profissionalismo escrever ou gravar uma sessão. Após seu termino transcrevê-la para o papel, por mais que tenhamos uma super memória, cairíamos no erro de só lembrar aquilo que nosso filtro permite, perdendo-se informações preciosas para um bom trabalho em terapia.
A sala de aula deveria ter outro tipo de configuração na maneira da disposição das carteiras, por em forma de “U” para não estabelecer hierarquia e que da oportunidade para que todos possam participar.
Fica o meu registro que se seguirmos o caminho que outro produziu, só chegaremos onde os outro chegaram e seremos mais um.